quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Funcionária incapacitada…

A funcionária da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, Ponte de Lima, Ana Maria Brandão, a quem a Caixa Geral de Aposentações continua a negar a reforma antecipada, apesar da sua doença degenerativa incapacitante, diz que não voltará ao trabalho, mesmo arriscando-se a ficar sem emprego.
De baixa médica por depressão desde Dezembro, deveria apresentar-se ao serviço na próxima segunda-feira. "Tenho consulta com a médica de família e se me prolongar a baixa não há problema mas, se não o fizer, já estou a ver que fico sem emprego. Está fora de questão arrastar-me ou ir ao colo do meu pai".
A funcionária pública, de baixa médica há mais de três anos, espera agora do ministro das Finanças uma "prenda de Natal", ainda que atrasada, a quem vai apresentar, dentro de dias, um recurso gracioso, para reapreciação do caso. Depois de um Natal com um misto de "tristeza e agonia", acredita que o ministro Teixeira dos Santos atenderá o pedido de realização de uma nova junta médica de recurso, em que poderá apresentar-se acompanhada de um especialista à sua escolha. Esta solução foi definida, com o próprio ministro pelo deputado Abel Baptista, que assume o papel de amigo e colega de escola de Ana Maria Brandão. "O senhor ministro mostrou abertura para, através de recurso gracioso, poder dar novo despacho".
Ana Brandão poderá apresentar-se acompanhada do especialista que a segue há vários anos, para atestar a sua condição de saúde e incapacidade para o trabalho. Com as novas regras, as juntas médicas passarão a ser constituídas exclusivamente por médicos, com o doente a poder escolher um deles. No caso de Ana Brandão, deverá ser o neurocirurgião que a acompanha há oito anos.
Aos 43 anos, sobrevive com a ajuda dos pais septuagenários, já que quase não consegue andar sozinha. Por decisão da CGA, ao fim de três anos em casa teve de se apresentar ao trabalho. Está agora de baixa, passada pela médica de família, e espera que o caso se resolva em breve.
Isto acontece num país da África subsariana, digo, em Portugal…

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